— Tenho um voucher para almoçar nesta quarta-feira.
— Que iremos almoçar?
— Escondidinho. Escondidinho de todos.
Comida nordestina muito saborosa, purê de batata e carne de sol, um escondidinho na assadeira de barro, ficamos cozinhando ao forno por um tempo, no fogo da paixão.
Escondidinhos éramos.
— Erramos.
De um beijo, o escondidinho, cozinhávamos nossos prazeres.
De todas as maneiras, prolongávamos nosso fogo, repetíamos nossos delírios.
Do último beijo, para a dominação e palavras abusivas,
De múltiplos morrer, morríamos um no braço do outro.
De todos os tapas que recebi no rosto, nada parava nosso prazer insaciável de comer.
Comer o camarão grande,
Causava alegria esse prato de comida.
O corpo ficava rubro, de vermelhidão profunda, quente, suado, pulsante...
Comemos muito, em restaurantes, botecos e lanchonetes.
Até arregaçar as mangas e os botões das camisas. Sempre foi um arregaço.
Que bobagem, o melhor é não pensar em comer. Comer nos dá prazer, infelizmente, hoje estou de regime e evito essa comida.
Uma comida para outros comerem, comer gostoso e engordar.
Até ficar forte...um touro...Ankole-Watuzi!!!