Encontro de Pensamentos by Guilherme Palacios - HTML preview

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OBILHETE...

 

Lembrando a juventude, distante e presente.

 

A impulsividade das emoções se liberta pelo espírito etílico.

Na lanchonete com o pessoal, depois de vários copos, canais de percepção são distorcidos e soltamos nossos prisioneiros.

As feras saem à procura de sua caça.

 

Conversas sobre o nada, nada de útil para quem pensa num mundo racional ou moral.

Conversas sobre o como, como conquistar uma pessoa e depois deixá-la de lado.

Conversas sobre o ganhar, ganhar dinheiro sem trabalhar muito, colocar empregados ganhando seu salário-mínimo e ganhar muito dinheiro, depois dizer:

 

A crise impede a gente de crescer na vida, esses impostos matam o povo brasileiro.

 

Naquela lanchonete, como gostaria de voltar lá para receber de novo aquele bilhete.

 

Mas, que estranho, preciso levantar de novo, e de novo, de novo, estou desidratado de tanto urinar naquele banheiro fedorento de urina masculina, cheiro intenso de feromônios sexuais.

 

Aquele pessoal era animado, contavam piadas, cantavam, batiam na mesa, uns verdadeiros bárbaros ou civilizados, contavam da vida dos outros, das intimidades das pessoas, imagine o quanto sabemos da vida do outro, mais do que da nossa própria.

 

Ao redor, outros grupos reunidos para compartilhar suas vivências e desavenças.

 

O bilhete chega, um garçom sem uniforme, talvez filho do dono da lanchonete ou parente, sei lá quem era aquele rapaz de 15 anos. Escrito no papel-toalha daquelas caixinhas que ficam no meio da mesa, típicas de toda lanchonete ou bar.

 

Nada romântico:

 

Estou taradinha por você, daqui 10 minutos me espera na esquina da praça.

 

Na esquina encontrei aquela menina, conversamos um pouco, duas palavras no máximo. Entramos no carro até chegar numa rua escura e afastada da cidade do interior.

 

O sol nasceu e nunca mais me esqueci daquela mulher. Nunca mais nos encontramos.

 

[Acordei de um sonho.]